Ao cortar-me os pulsos

Coragem foi o que faltou

Para cortar-me os pulsos

E sumir para sempre

Dessa vida

Dessas pessoas

Desse lugar.

Não tendo mais forças para agüentar

Pergunto-me até quando vou continuar

Neste mesmo vazio.

Sabendo que um dia vou ter essa coragem

Penso:

Falta já não faço. Nem minha presença é digna ou apreciada;

Meus princípios e ideais até quem amo duvida.

Pra que

Pra quem

Ou até mesmo por que continuar

Se não faço diferença alguma.

Olho o estilete, mesmo assim

Nem cortar-me os pulsos consigo.

Sou tão fraca que nem acabar de vez

Com esta bendita dor consigo.

Não posso ser normal...

Pessoas normais, conseguiram

Cortar os pulsos,

Aceitar traições e apanhar sem motivo calada,

Acreditar em mentiras,

Fingir ter um bebê para chegar ao altar,

Contar sobre as traições a amigos,

Escutar relatos de traições calado,

Não confiar no próximo,

Chingar a mulher que ama,

Mentir...

Eu não consigo viver assim

Mas ainda falta-me coragem

Para dar este basta.

Cecília brito (22/12/2010)