Doce ilusão

Nesse emaranhado confuso

Tento seguir uma trilha qualquer

Mesmo não sabendo o caminho

Vou sem medo

Sem receio

Sem olhar para trás.

Tento não pensar na decisão

A qual devo tomar.

O mundo esta de ponta cabeça.

O enamorado diz amar.

Declara o seu amor a sua amada

Dizendo coisas belíssimas.

E num mero momento diz coisas vãs

Acreditada, encantada ela é corroída

Quando ouve o vento trazer

A única coisa a qual havia receio.

O sentimento é remessado a muralha com espinhos.

O sangue corre pela vertical

Passando pela junção das pedras

E caule com espinhos

Até inundar o chão.

O cenário mais fúnebre

Que o amor poderia ter.

Ela vê o mundo cair sobre seus olhos,

Chora.

Mas de cabeça erguida

Volta ao ponto inicial.

Num vazio

No frio

Em um lugar que não queria estar.

Segue com mais dias e noites

Nesse vazio.

Tenta ver o futuro,

Só enxerga o ferimento aberto.

Pensa nos planos que fez

Para passar o resto de sua vida com o enamorado.

Pensa estar ficando louca

Tendo alucinações de um sonho

Que ela nunca mais vai ter.

Num caderno fictício

Escreve sobre as marcas deixadas em sua alma.

Tenta encontrar a solução.

Mas vê que todo seu esforço foi em vão.

Então só pensa em tentar fazer o tempo deixar

O esquecimento mudar tudo de novo.

Ainda sim se pergunta

Sendo um dia possível,

O amor se tornar real.

Cecília Brito (05/05/2010)